A geração burnout: desafios de millennials e gen-z com saúde mental no ambiente de trabalho

A pandemia colocou o mundo todo em perspectiva e diversos temas – outrora negligenciados – passaram a ser foco de pesquisa e de preocupação. Um desses temas, há muito subestimado e que agora começa a tomar protagonismo nos debates corporativos, é a saúde mental dos colaboradores e dos funcionários de empresas.

Sintomas de ansiedade, de depressão e de burnout têm se tornado cada vez mais comuns entre os trabalhadores do mundo. Não é para menos: a pandemia trouxe consigo não somente o medo constante do vírus, mas obrigou grande parte de nós ao home-office, à pouquíssima interação social, a uma exposição exagerada às telas e à uma baixa taxa de descanso.

Sim, estar de home-office, constantemente online e disponível, fez com que muitos perdessem a noção dos limites entre trabalho e relaxamento e acabassem entrando em uma espiral perigosa de produtividade sempre alerta, cenário que levou a grande maioria ao esgotamento.

E isso parece ser mais evidente no Brasil: o país ocupa o 2º lugar no ranking do burnout, com 33 milhões de brasileiros acometidos pela doença, ficando atrás apenas do Japão, de acordo com estudo da International Stress Management Association. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, somos o país mais ansioso das Américas e o quinto país mais ansioso do mundo.

Os impactos desses números, para além das consequências nefastas na vida das pessoas, trazem perdas aos negócios e à economia em geral. Através de diversos estudos, a London School of Economics and Political Sciences estimou que, no Brasil, as empresas perdem mais de R$200 bilhões de reais ao ano por conta de transtornos mentais. Não é para menos: doenças mentais atingem 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros e são responsáveis por 285 mil afastamentos por ano, de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho.

É justamente por isso que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento econômico aconselhou nações e empresas a cuidarem da saúde mental das pessoas como forma de preservar a economia.

Levando em conta todos esse números, elencamos aqui algumas recomendações do Ministério da Saúde que podem ajudar como dicas de prevenção ao burnout, ao esgotamento e à ansiedade no ambiente de trabalho:

  • defina pequenos objetivos na vida pessoal e profissional;
  • mantenha uma rotina saudável de sono, tentando dormir, pelo menos, oito horas diárias;
  • procure participar em atividades de lazer com amigos e familiares;
  • tente praticar, pelo menos, 30 minutos de atividade física por dia;
  • converse com alguém de confiança sobre seus sentimentos;
  • evite o consumo de drogas.

É sabido, entretanto, que muitas vezes essas recomendações não surtem o efeito esperado. É muito importante lembrar-se, portanto, de pedir ajuda quando preciso. Procurar um profissional de saúde adequado é fundamental para a recuperação quando as coisas ficam difíceis demais. Preste atenção aos sinais e não se esqueça que saúde mental é tão importante quanto a saúde física.