O mercado de trabalho para os jovens no pós-pandemia: cadê as vagas?

Segundo dados oficiais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os jovens foram um dos grupos mais afetados pela pandemia da Covid-19. De acordo com os estudos da instituição, no mundo inteiro, 20% dos jovens pararam de trabalhar em função dos efeitos da pandemia na economia.

Dois anos após a chegada do vírus no país, jovens e recém-formados ainda encontram grande dificuldade para entrar no mercado de trabalho. Os próximos meses, entretanto, podem vir carregados de notícias melhores. 

E isso por conta da adesão cada vez maior ao home-office. De acordo com os resultados do “Guia LinkedIn: Recém-formados 2021” – um estudo feito pelo LinkedIn no Brasil – essa maior adesão ao trabalho de casa está mudando o contexto de oportunidades para os jovens: de 2020 a 2021, o número de vagas abertas no modelo remoto avançou de 1,5% para 13,7% entre janeiro e março – um salto extremamente significativo.

Os mercados com maior número de vagas para jovens e recém-formados no momento são software e TI, manufatura, mídia e comunicações, bens de consumo, serviços corporativos, varejo e finanças. A área de tecnologia da informação – que já se demonstrava promissora antes mesmo da pandemia – ganhou ainda mais destaque. As vagas para analista de dados de nível júnior cresceram impressionantes 460% no primeiro trimestre. Outros cargos em alta para quem acabou de sair da faculdade ainda incluem auxiliares administrativos (1223%) e consultores de vendas (2323%).

Falando um pouco de geografia, as oportunidades para jovens e recém-formados se concentram, nesta ordem, em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.

– Para aproveitar esta onda:

Para iniciar a carreira no meio de uma pandemia, é preciso saber onde estão as oportunidades e o que os empregadores estão buscando.

Em um contexto de trabalho remoto, é natural que as empresas estejam buscando candidatos com mais autonomia, que consigam adaptar-se de forma mais rápida ao ritmo da empresa. 

Sabemos que a autonomia anda junto com a experiência no mercado de trabalho. Como pode, então, o jovem ou recém-formado competir com candidatos mais experientes?

(i) preste bastante atenção à descrição das vagas, principalmente aos pedidos de atributos técnicos. Entre as habilidades técnicas mais pedidas, destacam-se a análise de dados, metodologias ágeis e domínio de ferramentas como Power BI, Tableau, Excel e Trello, além de conhecimentos em idiomas e noções de programação;

(ii) demonstre seu diferencial nas habilidades comportamentais: vender sua resiliência e habilidade para relacionamentos interpessoais é muito importante neste momento, além, é claro, da demonstração da capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças;


(iii) concentre-se em ampliar sua capacidade de atuar em diversos cenários e resolver problemas com a ajuda da tecnologia:

(iv) deixe claro para a sua rede de networking que você está buscando uma oportunidade. Aqui, nada de timidez. A regra é ser cara de pau mesmo. As pessoas precisam saber que você está atrás de uma vaga!

Sabemos, é claro, que entrar no mercado de trabalho é sempre um momento desafiador. E é ainda mais desafiador no meio de uma pandemia. É por isso que, dentre todas as dicas, deixamos aqui uma extra: cuidado com a autocobrança. Os tempos estão difíceis e está tudo bem demorar um pouco mais até conseguir encontrar a vaga que se encaixe com o seu perfil e com as suas aspirações.

Lembre-se de que a busca não é somente sua pela empresa, mas da empresa por você também. Qualquer relação é uma via de mão dupla e, além da empresa gostar de você, você também precisa gostar da empresa. Não se intimide com os ‘nãos’ e boa-sorte na sua jornada!